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Este blog é uma realização de jovens jornalistas da Universidade Salgado de Oliveira, em Niterói, trazendo o que acontece na cidade e adjacências nas áreas de educação, moda, cultura, lazer, esportes, política, economia, responsabilidade social e temas da atualidade, destacando o jornalismo comunitário.

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sábado, 16 de junho de 2012

MENOS ACESSIBILIDADE NA RIO + 20

Renato Landim


No momento em que o mundo discute sustentabilidade e os rumos de como o meio ambiente deverá ser tratado no Rio de Janeiro, a cidade apresenta exemplos de que nem todos os cidadãos podem participar ativamente da Conferência Mundial Rio+20. Deficientes físicos e defensores da causa apontam falhas da organização e desrespeito às leis e aos direitos civis.

 A assistente social Francine Dias lembra que faltavam intérpretes de língua de sinais, pois, segundo ela, voluntários desistiram de participar do evento, prejudicando a devida participação dos surdos. O material distribuído também é alvo de críticas. Francine adverte que não havia material disponibilizado em braile ou em letras ampliadas, necessárias para os deficientes visuais. Na cinemateca, salienta, não há o recurso da audiodescrição. Vários locais não possuem também pisos táteis, pelos quais as pessoas cegas ou com baixa visão se orientam com o auxílio de bengala.

O deficiente visual Carlos André reclama das condições oferecidas ao acesso do Vivo Rio, no Parque do Flamengo, local da Cúpula dos Povos. Ele afirmou ter ficado desnorteado com a falta de acessibilidade do local e precisou da ajuda de amigos para se deslocar. Por estas razões, André rejeita o título de acessível ao encontro.

A experiência de Heitor Luiz Neto de acompanhar as atividades da Rio+20 no Forte de Copacabana se revelaram uma autêntica saga. As dificuldades começaram quando tentou encontrar vaga exclusiva para deficientes nas imediações. A maioria estava reservada para as comitivas da Conferência, como atestavam diversos avisos da Cet-Rio ao longo da Avenida Atlântica. Em uma delas havia um pino posicionado bem ao lado da faixa, dificultando o acesso aos veículos. Heitor lembra ainda que nas proximidades dos hotéis carros destinados aos participantes ficam estacionados sobre as calçadas, atrapalhando a passagem de cadeiras de rodas. Sua opção de procurar uma vaga em via pública se deu em razão das duas vagas destinadas a deficientes no Forte não estarem liberadas, e no Clube Marimbás, ao lado, não era permitido o estacionamento.

Assistir ao filme Herois do Futuro em 3D instalado em ônibus da Federação das Indústrias do Rio, estacionados em dois pontos da Avenida Atlântica, requer dose de boa vontade dos deficientes físicos. O acesso ao coletivo é feito por uma escada e não há rampas. Indagados a respeito, os funcionários disseram ao RIO COMUNIDADE que ainda não receberam a visita deficientes ao local. Na praia do Leme, o stand do programa Morar Carioca conta com rampa de acesso para que os deficientes físicos possam conhecer os programas da Prefeitura do Rio. Os folhetos, no entanto, não têm versão em braile e os vídeos só apresentam narração em português. 

Carros estacionam nas vagas destinadas a deficientes em Copacabana



Veículos de comitivas da Conferência tomam conta da calçada junto aos prédios na Av.Atlântica.


"Pirulito" dificulta acesso de deficientes nas vagas destinadas.


Ônibus da Firjan não conta com rampa para ver animação "Herois do Futuro" em 3D. (fotos:Heitor Luiz Neto)




GILBERTO E PRETA GIL GRAVAM CAMPANHA PARA SÍNDROME DE DOWN

Renato Landim


O cantor e compositor Gilberto Gil e sua filha, Preta, gravaram esta semana, no Rio, o vídeo para a campanha “Ser diferente é normal”. O filme deste ano mantem o intuito de conscientizar as pessoas sobre a questão da Síndrome de Down. Além da dupla, o filme conta ainda com a participação da jovem Paulinha, garota símbolo do programa. No Twitter, Preta Gil escreveu: “Vai ficar linda a campanha!!”. De acordo com a assessoria de Gilberto Gil, os artistas participam do projeto voluntariamente. 
A menina Paulinha, entre Preta e Gilberto Gil, na gravação do clipe  da  campanha "Ser Diferente é Normal!". (foto: Uol)

segunda-feira, 11 de junho de 2012

RIO+20 TEM POUCA ADESÃO DE VOLUNTÁRIOS DEFICIENTES


Renato Landim

Às vésperas do início da Conferência rio+20, a adesão de pessoas com deficiência pelo programa voluntário do evento ficou abaixo das expectativas.  A constatação partiu do secretário nacional da Rio+20, Laudemar Aguiar, ao salientar que dentre os 1.191 selecionados, somente 50 possuem algum tipo de deficiência.

O ministro destacou que o número representa uma taxa menor do que a proporção de pessoas com deficiência na população brasileira. De acordo com o IBGE, 24,5% dos brasileiros têm algum tipo de deficiência. Laudemir Aguiar lembrou que na Conferência, essa taxa cai para apenas 4%, o que, segundo ele, demonstra o desafio da inclusão social que o Brasil terá pela frente.

Para o ministro, muitas vezes os deficientes nem chegam a se inscrever em processos seletivos imaginando a dificuldade que terão para superar obstáculos, mas ele frisa que os voluntários da Rio+20 vão mostrar que isso é possível. Aguiar lembrou ainda que o Riocentro, principal palco das discussões do encontro, é totalmente acessível aos deficientes. O portal Terra mostrou que um dos poucos voluntários com deficiência é o cadeirante Luiz Cláudio Pontes. A Rio +20 será seu primeiro evento internacional, embora tenha experiência em convenções locais. “Vamos ter alguma dificuldade sim, mas para quem tem deficiência isso faz parte da rotina diária”, disse Pontes, que durante 15 dias vai atuar no Píer Mauá, na zona portuária da cidade. 
Mais de mil voluntários vão trabalhar na Rio+20. (foto:Daniel Ramalho/Terra)


Jovem cego executa o Hino Nacional Brasileiro na cerimônia de formatura de voluntário. O evento foi também  traduzido na linguagem dos sinais para os deficientes auditivos (foto:Daniel Ramalho/Terra)